Mão de vaca, sovina, mesquinho, pão duro, avarento … se você já teve alguns destes apelidos, pode ser um poupador compulsivo. Mas isso é necessariamente algo ruim? Afinal, a Educação Financeira não está sempre defendendo que cada pessoa aumente a sua capacidade de guardar dinheiro? Bem, há controvérsias.
O mais normal é nos preocuparmos com os casos de consumistas compulsivos, já que são estes os que têm mais chances de sofrer uma deterioração das Finanças Pessoais. Mas todo comportamento exagerado e extremista é perigoso.
Quando começar a se preocupar por ser um POUPADOR compulsivo?
É preciso perceber quando a economia do dinheiro em si acaba se tornando o principal foco da pessoa, e não os benefícios que esta poupança trará. A necessidade de segurança fora do normal pode explicar este comportamento, porém cada caso é um caso.
Não há problema nenhum no ato de poupar em demasia. A atenção deve ser dada quando esta atitude coloca em risco algum outro aspecto da vida.
Por exemplo, imagine que uma pessoa busque desesperadamente diminuir os custos com alimentação e para isso compre somente produtos de baixa qualidade: quase estragados, passando da validade ou de origem duvidosa. Isto pode até gerar uma economia agora. Mas no futuro, uma debilidade ou problema na saúde pode gerar muitos outros gastos.
Outro exemplo bem comum é a utilização de combustível barato nos automóveis. Você desembolsará menos dinheiro agora, mas corre o sério risco de ter um problema mais sério no carro devido à má qualidade do combustível.
É preciso analisar a relevância da economia, para não “economizar do jeito errado”.
Economizar nunca é totalmente errado, mas a ideia aqui é sempre entender o “custo x benefício” desta economia e focar nas atitudes que tragam melhor retorno.
Por exemplo, imagine que você queira diminuir os gastos com água e luz, que nos dias de hoje estão sofrendo um grande aumento de tarifa (sem falar no possível racionamento). Bem, com isso em mente você implementa um rígido controle de utilização, usando pouquíssima água no banho, acumulando os pratos por 1 semana antes de lavá-los, desligando a TV e carregando o celular e o notebook só no escritório.
Tudo isso é louvável e lhe gerará uma certa economia. Mas isso de nada adiantará se você tiver um problema de vazamento de água no encanamento de sua casa. Ou então se tiver uma geladeira antiga que consome energia bem acima do normal.
O maior problema aqui é a ilusão de estar economizando, quando na verdade há outros itens que estão gerando um gasto muito maior que a economia conseguida com sacrifício.
Acreditando que a acumulação de dinheiro é a saída para todos os problemas.
Não caia na tentação de achar que ter mais dinheiro é a única solução para que a sua vida seja melhor.
Dinheiro é bom sim e vai te ajudar e ter uma melhor qualidade de vida. Mas há muitos outros aspectos que influenciam a nossa felicidade. Encontrar o ponto de equilíbrio entre todos estes fatores talvez seja a melhor estratégia para viver uma vida plena.